Açores

Ilha Terceira
O Verão já tinha terminado mas o Outono ainda estava para vir…foi então que decidi passar 3dias nos Açores. A ilha escolhida foi a Terceira, no grupo central. É uma ilha lindíssima que despertou a curiosidade de conhecer as restantes oito… A Terceira tem cerca de 29km de comprimento e 18km de largura. O seu ponto mais alto localiza-se na Serra de Santa Barbara a 1021m de altitude.
 O avião partiu do aeroporto do Porto numa sexta-feira de muito calor e aterrou no aeroporto das Lajes com uma temperatura muito mais agradável. A viagem até Angra do Heroísmo demorou cerca de 15minutos, percorrendo uma via rápida rodeada por uma paisagem impressionante. 
Sé de Angra
Depois de devidamente instalados, fomos, a pé, percorrer a cidade, passando pelo jardim botânico municipal, o Jardim Duque da Terceira, pelo centro histórico, classificado como Património Mundial pela UNESCO, a magnifica Sé Catedral. 
Igreja da Misericórdia.


Fomos andando pelas estreitas ruas até chegarmos a baia de Angra. Dali seguimos pela direita ate às portas da Fortaleza de São João Baptista do Monte Brasil. Seguimos pelos trilhos do Monte Brasil, um antigo vulcão extinto com origem no mar e classificado como Reserva Florestal de Recreio.
A cidade de Angra do Heroísmo vista do Monte Brasil.
A famosa "Manta de retalhos"


No dia seguinte alugamos um carro para melhor conhecer a ilha. Começamos pelo miradouro da Serra do Cume. A vasta planície que dali se avista é o interior de uma caldeira, possivelmente do vulcão primordial da ilha. A paisagem é magnífica e conhecida como “manta de retalhos” devido ao aspecto oferecido pelos típicos “cerrados”, separados por muros de pedra vulcânica e hortênsias. 

Miradouro Serra do Cume.
Seguimos depois por estreitos caminhos, descendo a serra ate a Praia da Vitoria. É aqui que se encontra o maior areal do arquipélago. Percorremos as ruas desta cidade, admirando a típica arquitectura e subimos depois ao miradouro do Facho, localizado na serra com o mesmo nome e que advém do facto de, antigamente, neste ponto, todas as noites, se acender uma fogueira como forma de aviso à navegação e onde se encontra o Monumento do Imaculado Coração de Maria.
Areal da Praia da Vitoria, o maior do Arquipélago.
Monumento do Imaculado Coração de Maria, Praia da Vitoria.

Vista do Miradouro da Serra do Facho
Depois de almoçar a típica alcatra, seguimos caminho para o interior da ilha, a ideia era visitar as furnas de enxofre e o algar do carvão.
Furnas do Enxofre.
Iniciamos a visita as furnas do enxofre que não são mais que fumarolas libertando gases a alta temperatura para a superfície através de fissuras. Demos a volta pelos passadiços existentes no local para observação das fumarolas, e espécies vegetais circundantes. 
Voltamos de novo as estradas cercadas de hortênsias e muros de pedra ate ao Algar do Carvão. 
Interior de um cone vulcânico.


Interior do Algar do Carvão.

Este situa-se no interior de um vulcão extinto e é constituído por um cone vulcânico com cerca de 90m de altura. A entrada faz-se por uma casa em pedra que nos conduz por um túnel ate ao interior do Algar onde iniciamos a visita mesmo por baixo do cone do vulcão. Ali encontra-se um guia que nos dá uma breve explicação sobre a historia deste lugar e se mostra disponível para qualquer esclarecimento, informado que este é o único vulcão do mundo que pode ser visitado no interior. Iniciamos a descida, facilitada pelas escadarias construídas no interior, e pudemos observar o trajecto percorrido pela lava e raras estalactites e estalagmites vulcânicas. Ao comprarmos a entrada para o Algar, informaram-nos que poderíamos usufruir de um desconto se quiséssemos visitar também a Gruta do Natal, menos conhecida mas também de origem vulcânica. Então lá fomos à procura da dita gruta e descobrimos que se situa em frente a Lagoa do Negro, local que estava já previsto no nosso roteiro!
Entrada para a Gruta do Natal.

Por caminhos alternativos...

Gruta do Natal
A gruta do Natal não é mais que um tubo de lava com um total de 697 metros de extensão. Possui ramificações na forma de diferentes túneis, formados pelas escoadas de lavas em diferentes direcções. Uma das suas curiosidades é o facto de se localizar em grande parte por baixo da Lagoa do Negro. 
Lagoa do Negro.

Esta é uma lagoa de pequenas dimensões, cujo nome se perde na noite e nos tempos, envolvida por um dos lados por um maciço de criptomerias e por outro possui como fundo a serra de Santa Bárbara.  De novo na estrada, desta vez seguimos até à freguesia de Biscoitos, nome que se deve aos terrenos queimados formados pelas lavas provenientes de erupções vulcânicas. É também, devido ao seu microclima um óptimo local de veraneio. Junto ao mar existem piscinas naturais, localizadas entre formações rochosas com proveniência em erupções vulcânicas.
Piscinas Naturais de Biscoitos.

O dia seguinte amanheceu chuvoso, mas não foi impedimento para completarmos a visita a ilha. 

Ilhéu das Cabras

Piscinas na praia de Porto Martins.


Costa Norte da Ilha Terceira.
Desta vez seguimos em direcção a Porto Judeu, admirando o ilhéu das Cabras, passamos por Porto Martins e pela zona balnear com piscinas naturais, seguimos sempre pela costa até aos Biscoitos, passando pelas Lajes, parando em diversos pontos para admirar a verde paisagem ou a negra costa junto ao mar.

Continuamos a volta à ilha, passando por Altares e Serreta, onde decidimos subir ao alto da Serra de Santa Barbara. 
Angra e o Monte Brasil ao fundo, vista do Alto da Serra de Santa Barbara.

Paisagens verdes da Ilha
Lá em cima a vista sobre a ilha é deslumbrante apesar do frio que se fazia sentir. Embrenhamo-nos pelo interior da ilha novamente, explorando locais de uma beleza natural deslumbrante, encontrando clareiras com pastos verdejantes rodeados de hortênsias ou caminhos de criptomerias tal modo cerrado de que o dia de repente se transformava em noite por breves instantes
A escuridão em plena luz do dia, num caminho cerrado de criptomerias.

 Passamos também pela Lagoa das Patas, ou Lagoa da Falca, uma lagoa de pequenas dimensões junto a uma pequena ribeira. Encontra-se rodeada por florestas de criptomerias de grandes dimensões.

Lagoa das Patas.
Ao passar ao longo das aldeias e freguesias da ilha começamos a reparar nas pequenas capelas de aspecto muito peculiar diferentes em cada terra, os Impérios e estão ligados às Irmandades do Espírito Santo. Os Impérios do Divino Espírito Santo são um dos traços mais marcantes da identidade açoriana.








Os vários Impérios encontrados ao longo da Ilha.
Monumento Alto da Memoria.

Jardim Duque da Terceira
No dia seguinte, o ultimo na ilha, percorremos mais uma vez Angra do Heroísmo, passando pelo monumento Alto da Memoria, situado no topo do belíssimo Jardim Duque de Terceira e explorando uma vez mais o Monte Brasil. 
Desta vez chegamos ao Pico das Cruzinhas, Padrão erigido em memória dos descobrimentos. São muitos os vestígios da II Grande Guerra que se podem encontrar no Monte Brasil. 
Padrão no Monte Brasil

Miradouro do Monte Brasil

Angra do Heroísmo.
Anti aérea da II Guerra Mundial no Monte Brasil.
Trata-se de um património raro, mesmo ao nível do país, e seria com certeza uma importante atracção turística se devidamente publicitado e melhor conservado
 Foram dias fantásticos rodeados de belíssimas paisagens e ficou com certeza a vontade de voltar e conhecer as restantes ilhas deste paraíso no meio do oceano.
No dia seguinte foi dia de regresso a casa.