Cazorla, Baeza. Úbeda e Jaén
Foram mais umas mini férias no final de Fevereiro para aproveitar e conhecer sítios novos…. Desta vez o destino era o interior da Andaluzia (Espanha) para conhecer cidades com património Unesco como Úbeda e Baeza, passando por Jaén e mais a sul o deserto da Europa, perto de Almeria.
Cazorla
Partimos bem cedo de Estremoz, o destino era Cazorla, a cerca de 500km. A viagem foi agradável e a paisagem a surpreender a cada curva. Começamos a ver oliveiras que pareciam não ter fim…e foi sempre com esta paisagem que chegamos a Cazorla, uma pequena cidade localizada na encosta da serra e como tal, com muitas ruas e ruelas de forte inclinação. Assim que nos instalamos num pequeno mas acolhedor hotel, partimos a descoberta da Serra.
Cazorla, vista do quarto de hotel |
Ao percorrer o parque natural da Serra Segura e de Cazorla, de uma beleza única, chegamos ao miradouro da nascente do rio Guadalquivir, a 1600m de altitude. É o maior rio do sul de Espanha e percorre 660km ate Cádis onde desagua, passando por Córdoba e Sevilha.
Miradouro da nascente do rio Guadalquivir.... |
Baeza e Úbeda
O dia seguinte estava destinado a conhecer as vilas de Úbeda e Baeza recentemente nomeadas de Património da Humanidade pela Unesco, pelos seus importantes monumentos renascentistas e situadas a apenas 10km de distância uma da outra. A paisagem ate lá foi não foi muito diferente da que tínhamos encontrado antes: montes e montes a perder de vista, repletos de oliveiras!
Fonte Santa Maria na Praça com o mesmo nome. |
Chegamos a Baeza e dirigimo-nos para a zona antiga e histórica, percorrendo as ruas estreitas e admirando os edifícios. Chegamos à praça de Santa Maria com uma bela fonte no centro, a Catedral dum lado e a antiga universidade do outro, esta é uma das praças mais emblemáticas desta pequena vila.
Catedral de Baeza |
Seguimos depois para Úbeda, apesar de terem ambas edifícios com estilos idênticos, as duas vilas são bem diferentes. Em Baeza estão bastante próximos e maioritariamente na zona histórica, já em Úbeda o património está menos concentrado! Visitamos a praça Vasquez de Molina onde se encontra o Palácio com o mesmo nome (actual câmara municipal) e a capela de El Salvador uma das maiores igrejas privadas de Espanha.
Capela El Salvador |
Palacio Vasquez de Molina |
Jaén
Após deambularmos pelas zonas mais emblemáticas de Úbeda, decidimos seguir em direcção a Jaén. O que salta logo a vista ao chegar a esta cidade é a enorme e impressionante Catedral que parece dominar a cidade e o horizonte. Como já estava a ficar tarde decidimos subir até à fortaleza de Santa Catarina, actual Parador de Jaén, para termos uma melhor perspectiva de toda a cidade.
Jaén |
Catedral de Jaén |
Parador de Jaén |
Regressamos depois a Cazorla e no dia seguinte partimos em direcçao a Almeria.
Guadix e Roquetas del Mar
Saímos de Cazorla bem cedo, o destino era Roquetas de Mar, perto de Almeria, passando pela localidade de Guadix, para conhecer o seu curioso património: o bairro troglodita.
A viagem foi agradável rodeada por serras com paisagens magníficas. Parámos várias vezes a meio do percurso para admirar a vista, uma dessas paragens foi em Puerto de Tíscar a 1189m de altitude, onde subimos a uma singular torra de vigia que dominava toda a serra e nos oferecia um belíssimo panorama.
Tentativa de subir a torre... |
Depois de passarmos a barragem de Negratin a paisagem alterou-se ligeiramente, tornando-se mais seca, mas ainda assim deslumbrante com extensões semidesérticas de aspecto lunar, até pequenas colinas que crescem no horizonte.
Guadix
Chegamos a Guadix e logo admiramos a imponente catedral e a alcáçova que são os principais monumentos da cidade, mas o que nos trouxe aqui foi a curiosidade do maior bairro troglodita da Europa, onde mais de 3.000 famílias vivem ainda em cavernas, mas agora com todas as comodidades.
Catedral de Guadix |
Casa do bairro Troglodita de Guadix |
Vista de Guadix tirada do telhado de uma das casas do bairro troglodita. |
As suas casas são cuevas (covas ou cavernas), escavadas nos montes argilosos, e algumas apenas têm a entrada e as chaminés por cima da terra. As cuevas de Guadix serão uma criação posterior à época árabe-muçulmana, as suas origens remontarão a imediatamente após a tomada de Granada, em 1492, pelos Reis Católicos. Actualmente, muitas estão a ser reabilitadas e até a se converterem em alojamentos turísticos.
Seguimos depois em direcção a Roquetas de Mar, pela auto-estrada sempre com a Serra Nevada a acompanhar-nos, com os seus picos cobertos de neve e as encostas repletas de amendoeiras em flor.
A Serra Nevada ao fundo. |
Roquetas del Mar
Roquetas del Mar é uma pequena vila de pescadores com ruas e edifícios influenciados pela época muçulmana, recentemente tornada num marco de turismo em Almeria. Ao longo da costa e junto as praias são sucessivos os hotéis que por lá se encontram.
Roquetas del Mar |
Roquetas del Mar vista de uma das janelas do hotel. |
Deserto de Tabernas
Neste deserto as estradas eram em leitos de rios secos |
O dia seguinte foi passado no deserto de Tabernas e em Almeria.
O Deserto de Tabernas é considerado o maior deserto da Europa. Está localizado a uns 30 km a norte de Almeria. Está protegido como Parque Natural numa área de 280 km².
Deserto de Tabernas... |
Paisagem desertica.... |
O deserto de Tabernas, pela semelhança com os desertos da América do Norte, foi utilizado desde a década de 1950 até à década de 1980 para filmagens de muitas cenas dos denominados westerns, como os filmes de Sérgio Leone, com a mítica trilogia com Clint Eastwood (Por um Punhado de Dólares, Por Mais Alguns Dólares e O Bom, o Mau e o Vilão) bem como o magistral Aconteceu no Oeste/Era uma Vez no Oeste...Além de westerns, no deserto de Tabernas foi cenário de muitos filmes de outros géneros, como por exemplo Lawrence da Arábia (1962) ou Indiana Jones e a Última Cruzada (1989)...
Cenario cinematografic |
Acampamento índio... |
Forte Bravo, antigo cenario cinematografico |
Farol no Cabo de Gata |
Almeria
Muralhas do Castelo de Almeria |
Um dos locais que visitamos foi a Alcazaba de Almeria que se encontra cerca de 90m acima da cidade e é um dos principais castelos de Espanha (juntamente com a Alhambra de Granada)
Nas instalações da Alcazaba também se destaca o Castelo Medieval que foi mandado construir pelos Reis Católicos.
Entrada para Alcazaba |
Outro monumento enorme e magnífico é a Catedral (século XVI), que mais parece um castelo fortificado com as suas seis torres e grossas muralhas
Almeria tem umas praias maravilhosas, sendo as mais longas de todo o litoral andaluz.Catedral de Almeria |
Deve ser salientado que as paisagens de Almeria têm um encanto diferente, especial, pois são paisagens desérticas, com terras pouco férteis. Para além disso, estamos perante uma área com um importante crescimento, sendo conhecida pela produção de laranjas de grande qualidade e uvas, sendo a maior parte das colheitas exportadas através do seu porto. Almeria depende quase exclusivamente desta actividade
Mérida
A cerca de 80km da fronteira e situada nas margens do rio Guadiana, Mérida foi, durante a ocupação romana, uma das mais importantes cidades da Península Ibérica, capital da Lusitânia. Possui vários testemunhos desse passado, tais como o teatro e o anfiteatro romanos, entre outros e o seu Conjunto Arqueológico foi declarado Património da Humanidade, pela UNESCO, em 1993.
Começamos a nossa visita passando a pedonal Ponte Romana sobre o rio Guadiana e construída no séc. I A.C., esta ponte tem 60 arcos. Seguimos as placas indicativas dos monumentos a visitar e depressa chegamos ao conjunto arqueológico formado pelo Anfiteatro e Teatro Romano, mais afastados deste centro encontramos ainda o circo, aquedutos, pontes e templos.
As filas para comprar bilhetes eram enormes mas depressa nos apercebemos que havia bilhetes combinados que davam para entrar em vários locais e que alem de mais baratos evitavam as perdas de tempo nas filas… já com os bilhetes a mão decidimos começar pelo anfiteatro.
Anfiteatro Romano |
O Anfiteatro Romano foi inaugurado no ano 8 A.C. e tinha uma capacidade de cerca de 15.000 espectadores. Aqui davam-se os espectáculos de gladiadores contra as feras!
De seguida visitamos o Teatro, mesmo ali ao lado. A capacidade do Teatro era de cerca de 6.000 pessoas e estava dividido entre 3 sectores onde estavam distribuídas as diferentes classes sociais da época.
Teatro Romano |
Percorrendo as ruas, passando pelo museu nacional de arte romano, encontramos o templo romano, conhecido como Templo de Diana, é um dos pouco de carácter religioso que ainda se conserva satisfatoriamente. A sua construção data dos finais do século I a.C.
Templo Romano |
Um pouco mais afastados deste centro monumental encontramos o circo Romano e o Aqueduto dos Milagres.
Parte do Aqueduto dos Milagres |
Num descampado amplo encontramos o circo com as extensas arenas destinadas a corridas de cavalos com uma plataforma central que estaria coberta com mármore.
Também relativamente bem conservado encontra-se o Aqueduto de los Milagros que formava parte da conduta que trazia a água desde a represa de Proserpina situada a 5 Km da cidade.
Assim demos por terminada a nossa visita por histórias de impérios de tempos passados.
Cáceres
Planta do Casco Histórico da cidade |
Um dia decidimos sair cedo da nossa casa no Alentejo e viajar cerca de 150km até Cáceres, cidade Património da Humanidade, considerada o terceiro Conjunto Monumental Europeu em 1968.
Plaza Mayor em Cáceres. |
Arco da Estrella |
Ao chegarmos deparamo-nos com uma cidade grande e moderna, e com um ar simpático mas com um centro histórico que nos transportou aos tempos medievais. A beleza da sua arquitectura com magníficos edifícios encantou-nos logo.
Iniciamos a nossa visita a esta cidade monumento na Plaza Mayor, onde se situa o “Ayuntamento” subimos os degraus passando pela torre Bujaco e pelo Arco da Estrella, percorremos as diversas ruas e vielas enriquecidas com palacetes, igrejas e museus.
As ruas estreitas do centro histórico. |
Torre de Carjaval |
Figueira no pátio da Casa de Carjaval |
Catedral de Santa Maria |
Estátua de S. Pedro de Alcântara |
Igreja de S. Francisco Xavier |
O moderno Jardim de Espanha |
Caminhamos livremente e sem rumo certo pelas admiráveis ruas monumentais. No fim da visita decidimos conhecer um pouco mais da Cáceres moderna, parando para merecido descansando no agradável jardim de Espanha.
Toledo
Num fim-de-semana de Novembro decidimos ir ate Toledo, uma cidade património da humanidade da UNESCO, relativamente próxima de Madrid e que vale muito uma visita. Toledo tem aspecto de cidade medieval, com muralhas ao redor do centro histórico, uma grande fortaleza, uma catedral gigante e prédios antigos, quase todos em pedra. Chegando lá tempo estava frio e chuvoso. Ficamos comodamente instalados num hotel nos arredores da cidade, na margem esquerda do rio Tejo.
Rio Tejo |
Ponte San Martim |
As ruas estreitas e labirinticas de Toledo. |
Iniciamos a visita por um dos símbolos de Toledo, a Ponte de San Martim, uma ponte medieval construída no século XIV.
Fomos percorrendo as ruas estreitas e cheias de história até chegarmos ao Alcázar de Toledo, palácio fortificado sobre rochas, situado na parte mais alta, onde domina toda a cidade. Situa-se no bairro judeu dos Reyes Catolico e foi restaurado várias vezes, atingindo a estrutura actual, onde cada fachada é de estilo diferente. Actualmente abriga o Museu do Exército.
Alcázar de Toledo. |
O Tejo serpenteando a cidade. |
Academia de Infantaria vista das muralhas. |
Descemos a um miradouro nas muralhas onde avistamos o Tejo, que cerca a cidade em três lados, e o enorme edifício da Academia de Infantaria. Já começava a anoitecer e decidimos metermo-nos de novo pelas ruas labirínticas da cidade e procurar a famosa Catedral. Em estilo gótico, fica na Plaza del Ayuntamiento, é impressionante, e demorou 250 anos a ser construída.
Fachada lateral da Catedral |
A Catedral à noite. |
Catedral de Toledo. |
Anoiteceu rapidamente e a chuva voltou a cair, pelo que decidimos regressar ao hotel.
No dia seguinte iniciamos a visita pelas ruínas do circo romano de Toledo, pelas mesquitas ate chegarmos a igreja jesuítica de Toledo.
Subimos a alta torre e de lá a vista sobre a cidade é magnífica.
Vista de Toledo do alto da torre da igreja Jesuita. |
Aproveitamos o resto do dia para dar um saltinho ate Madrid.
Valência
Foi numas mini férias em 2009 que decidimos atravessar Espanha em direcção a Valência, terceira maior cidade de Espanha, localizada na costa do mediterrâneo. Chegando lá, depressa encontramos um camping onde nos instalamos, perto do Parque Natural de L’Albufera e rodeado de arrozais.
No dia seguinte, resolvemos deixar o carro perto da Cidade das Artes e das Ciências, um complexo arquitectónico e cultural, numa zona de livre estacionamento. Decidimos ir caminhando até ao centro atravessando a cidade das artes e das ciências, passando depois pelos jardins de Túria, construído no antigo leito do Rio Túria, que foi desviado do seu curso após sucessivas inundações a cidade.
Parque Gulliver, junto ao sapato do gigante... |
Puente del Mar |
Palácio da Musica, no jardim del Tùria. |
O grande espaço que o rio ocupava, foi preenchido com espaços verdes e campos de jogos e é considerado o maior jardim urbano em toda a Espanha. É la que se encontra o Palácio da Musica, o parque Gulliver, representado pelo gigante deitado no chão onde crianças e adultos podem subir e escorregar pelas pernas, cabelos, etc.
L'Hemisfèric |
El Palau de les Arts Reina Sofía |
Cidade das Artes e Ciências |
Fomos caminhando até chegar ao pitoresco centro histórico de Valência, com um labirinto de ruelas estreitas e uma ampla variedade de pontos de interesse. Chegamos a Praça de La Reina, onde se situa a catedral, no lugar de uma antiga mesquita árabe e onde se pensa estar guardado o Santo Graal. Decidimos subir a sua famosa Torre sineira, “Micalet”, um dos monumentos mais emblemáticos e com vistas espectaculares.
Torre da Catedral de Valência. |
Praça de La Reina, a Catedral ao fundo. |
Catedral |
Descendo, resolvemos comprar bilhete para o Bus Turístico, para conhecer os pontos turísticos de maior interesse de uma maneira mais cómoda. Passamos então por vários locais turísticos, bairros típicos, a famosa Estação do Norte de Valência com uma impressionante fachada, e pela praia de La Malvarosa.
Estação do Norte |
Praias |
L'Oceanografic |
Jardins perto da Cidade das Artes e Ciências. |
Decidimos ficar perto dos jardins nos arredores da Cidade das Artes e Ciências e admirar uma vez mais este moderno complexo arquitectónico.
No dia seguinte seguimos para Benidorm. Corunha
Praça Maria Pita e Câmara Municipal. |
Em Outubro de 2010 decidimos ir passar um fim de semana A Corunha, sempre quisemos conhecer esta cidade lá bem no norte de Espanha. Reservamos hotel em Oleiros a 10 km da Corunha, entre as zonas turísticas de Santa Cristina e Santa Cruz. Chegamos ao final do dia e assim que nos instalamos saímos a descoberta de um restaurante na cidade de cristal, designação originada pelas fachadas de vidro e madeira da Avenida da Mariña. Andávamos descontraidamente pelas ruas típicas e estreitas da cidade velha, mas a chuva forte que entretanto começou a cair não nos deixou explorar muito mais e acabámos por entrar no “Burger King” para comer qualquer coisa. Já se fazia tarde e resolvemos regressar ao hotel desejando que na manha seguinte o dia estivesse mais agradável.
E, de facto, estava! Decidimos começar por visitar a Torre Hércules, património da UNESCO. Seguindo ao longo do passeio marítimo, logo encontramos uma enorme estátua de Breogán (um mítico rei celta da Galiza) e ao fundo a torre, um dos faróis romanos em actividade mais antigos do mundo…
Torre Hércules |
Estátua de Breogán com a torre Hércules ao fundo. |
Seguimos sempre pelo passeio marítimo, admirando o mar revolto daquele dia, ate que chegámos a uma enorme janela de pedra aberta para o mar…O “Memorial Fiestra aberta ó mar”
“Memorial Fiestra aberta ó mar |
Mas estava na hora de conhecer a cidade…deixámos o carro perto de um jardim e partimos a pé a descoberta. Metemo-nos pelas ruas estreitas da cidade velha repletas de cafés e tabernas por onde tínhamos andado na véspera, percorrendo e admirando a arquitectura até chegarmos a famosa praça de Maria Pita, a mais importante da Corunha. É aqui que está situada a Câmara Municipal e onde está o monumento em honra da heroína da cidade e que lhe dá nome, María Pita. Daqui seguimos para a não menos famosa Avenida da Mariña com as fantásticas fachadas dos prédios de madeira e vidro.
As famosas fachadas da Avenida Mariña |
Andamos mais um pouco apreciando a marina, os barcos e os enormes peixes que se juntavam e fomos caminhado até ao local onde tínhamos deixado o carro, passando pelo centro comercial El Puerto. A meio da tarde regressamos a Oleiros, para também conhecer as praias e as zonas turísticas daquele lado de Santa Cristina e Santa Cruz de Oleiros e a praia do Bastiagueiro mesmo em frente ao hotel.
No dia seguinte regressamos a Portugal.
Palácio Real de AranjuezAs férias de verão estavam a chegar e era altura de decidirmos o novo destino… Barcelona foi o escolhido e já há muito tempo desejado! Íamos de carro e decidimos não fazer a viagem directa! Parávamos em Aranjuez para visitar o seu palácio e pernoitávamos num camping perto de Madrid e no dia seguinte seguíamos então para a capital da Catalunha.
O Palácio Real de Aranjuez é uma das residências do Rei de Espanha. Fica situado nas margens do rio Tejo a cerca de 20 km da capital espanhola, sendo gerido e mantido pelo Património Nacional.
O rio Tejo à entrada do jardins |
Recantos refrescantes. |
A entrada para o palácio rondava os 5€ por pessoa (em 2008) mas curiosamente era gratuita para cidadãos da união europeia, e lá dentro percorremos umas dezenas de salas de reis e rainhas devidamente ornamentadas com destaque para a sala do trono revestida de veludo vermelho. Ao sairmos estava um calor abrasador, bastante comum nesta altura em Espanha e procuramos logo a sombra mais próxima…. Seguimos pela esquerda por baixo de uma arcada e entramos por um portão que nos levou ao Jardim da Isla (ilha) que tem este nome por estar rodeado pelo Tejo. A sua dimensão é impressionante e em qualquer canto encontramos fontes e lagos com estátuas.
Em 2001 este ambiente foi declarado Paisagem Cultural Património da Humanidade pela UNESCO.
Ao fim do dia seguimos para Arganda del Rey onde nos instalamos num parque de campismo. O parque não era muito grande e era mesmo ao lado da nacional para Madrid!!Por isso acordamos cedo e assim que arrumamos as tralhas, saímos do camping em direcção a Tarragona. O tempo quente e a paisagem seca e agreste acompanhou-nos enquanto atravessávamos Espanha até finalmente avistarmos colinas verdejantes e uns quilómetros depois o mar mediterrâneo
Áridas paisagens ao atravessar Espanha |
Finalmente a paisagem mudou de tom... |
Instalamo-nos num camping bem perto da praia, era só sair por um portão e passar um pequeno túnel e estávamos na praia. Só que por cima desse túnel passava a linha do comboio, que, diga-se, não parou de passar durante a noite.
Praia em Tarragona |
Ainda tivemos tempo para um refrescante mergulho e um passeio nocturno pelas ruas animadas de Tarragona.
No dia seguinte rumamos a Barcelona, sempre perto da costa e parando numa ou outra praia para um mergulho.
Em Barcelona ficamos num hotel, reservado antecipadamente, o Serhs Campus Hotel, perto da cidade universitária de Bellaterra, a 30 minutos do centro. A ideia era deixarmos o carro bem estacionado e irmos de metro até ao centro. Assim que nos instalámos no agradável hotel, fomos à procura da estação para nos inteirarmos dos horários e preços.
Barcelona
Apanhamos então o metro bem cedo e saímos mesmo no centro, na Praça da Catalunha. Já com o mapa da cidade na mão, seguimos pela Avenida de Garcia, uma das avenidas mais famosas da cidade e onde estão localizadas duas belíssimas obras de Gaudí.
La Pedrera |
Casa Batló |
A Casa Batló e mais a frente La Pedrera ou Casa Milà que não possuí quaisquer linhas rectas. Seguimos a pé até ao Templo da Sagrada Família, que começou a ser construído nos finais do séc. XIX e no qual Guadí (director do projecto) trabalhou durante 40 anos e até à sua morte, é considerado por muitos como a sua obra-prima.
Pormenores do Templo da Sagrada Família |
O plano geral do projecto, que se baseava em formas geométricas naturalistas, são o material a partir do qual os arquitectos do templo continuam, ainda hoje, a trabalhar. Dos doze campanários da fachada, só oito estão já construídos. Confesso que fiquei um pouco desiludida com o interior, um estaleiro autêntico.
Palau Nacional |
Para visitar Barcelona e tentar não perder os pontos de interesse, decidimos comprar bilhetes para o Bus Turístico e apreciar a panorâmica. A vantagem é poder entrar e sair onde quisermos e não perder muito tempo a procura dos locais que queríamos visitar.Demos a volta a cidade, passámos no Palau Reial, no estádio do Futebol Clube de Barcelona e a próxima paragem foi a aldeia olímpica. Depois de passarmos a Praça de Espanha com as duas torres venezianas e o Palau Nacional ao fundo, subimos ao Parc de Montjuic. Onde pudemos ver a torre de Calatrava e o estádio Olimpico.
Um pouco mais a frente entrámos no teleférico para subir ate ao castelo de Montjuic, o monumento mais antigo do parque e que alberga o museu militar de Barcelona. Lá de cima a vista sobre a cidade e sobre o porto é espantosa.
Descemos novamente no teleférico e voltamos a entrar no bus turístico que nos levou desta vez até ao Port Vell, passando pela famosa estátua de Colombo.
Arco do Triunfo em Barcelona |
Port Vell, como o nome sugere, é o antigo porto de Barcelona onde podemos encontrarbarcos de cruzeiro e iates de grandes dimensões. Daqui seguimos para o Poblenou e para a praia de Barcelona onde descansamos um pouco! Ainda havia muito para ver e decidimos seguir parando desta vez no parque da cidade, passamos pelos jardins e pelas estatuas e fontes espalhadas ate que chegamos ao Arco do Triunfo, onde aproveitamos para comer qualquer coisa e descansar mais um pouco.
Interior do Hard Rock Café |
La Rambla |
Caminhamos um pouco pelo bairro gótico, passamos pelo Palau de la Musica Catalana, um edifício muito belo e parámos a admirar a Catedral de Barcelona e a movimentada praça circundante. Começava a anoitecer, seguimos pelas ruas cheias de turistas até chegarmos a La Rambla, um movimentado e longo passeio cheio de artistas de rua e bancas ao ar livre especializadas em animais domésticos, plantas e recordações. Seguimos até chegarmos novamente à Praça da Catalunha, onde nos sentámos no banco de jardim a observar o movimento de pessoas ao final do dia.
Entrámos no Hard Rock Café apinhado de turistas e curiosos.
Regressamos ao hotel no último comboio da noite para um merecido descanso. O dia seguinte estava reservado para visitar o Park Guell e Tibidabo.E desta vez iríamos de carro.
O Park Güell é um dos parques mais famosos de Barcelona e foi projectado por Gaudi para ser um condomínio residencial de luxo no inicio do século XX, mas foi transformado em parque público.
Cercado por um muro, na entrada principal encontramos duas pequenas casas de arquitectura muito peculiar e são incríveis, assemelhando-se a casas de contos de fadas.
Os incríveis edifícios na entrada do Parque. |
As escadarias até à praça grande. |
Mesmo em frente uma escadaria dupla, onde se encontra a famosa salamandra, conduz-nos a uma “sala” com 86 colunas dóricas. Essas colunas sustentam a Plaça Gran (Praça Grande) do parque, o elemento central do Parc Güell, pois todas as demais áreas estão estruturadas ao seu redor.
Construída como uma varanda sobre a cidade e rodeada por um banco ondulado, essa praça oferece uma vista panorâmica privilegiada de Barcelona. Mas a melhor vista sobre a cidade obtém-se do alto do Calvário, o ponto mais alto do parque com três cruzes em pedra.
Vista de Barcelona do alto do Calvário. |
Percorrendo os trilhos e caminhos deste parque encontramos a Casa-Museu Gaudí que pode passar despercebida pelo seu aspecto simples e normal.
Demoramos a manhã inteira no parque, a apreciar cada momento e de lá seguimos para o Monte Tibidabo. Este é o ponto mais alto da cidade com excelentes vistas, um santuário e um parque de diversões centenário.
Igreja do Sagrado Coração, no Monte Tibidado. |
Bem la no alto da igreja do Sagrado Coração. |
Mesmo no alto está a igreja do sagrado coração, uma obra espectacular. Não experimentamos nenhuma das atracções do parque mas subimos ao alto da igreja, até aos pés da estátua de Cristo, o que já de si foi uma aventura, pois é mesmo muito alto! E ali estava Barcelona.
o centenário parque de diversões no Tibidabo. |
Barcelona |
um pequeno paraíso... |
Quando descemos decidimos ir ao local mais famoso pela animação desta costa espanhola: Lorett del Mar. Encontramos um pequeno paraíso logo depois de Lorett. Uma praia fantástica de águas quentes.
Lorett del Mar |
Era já noite quando fomos jantar a Lorett del Mar e percorrer as suas movimentadas ruas cheias de jovens e turistas. Mas não é mais do que isso!! Regressamos ao hotel, no dia seguinte era dia de partir para Andorra e ainda queríamos visitar o mosteiro de Montserrat, a cerca de 60km de Barcelona. Localizado na base da montanha de Monserrate é um mosteiro beneditino onde se encontra a famosa imagem de Nossa Senhora do Monte Serreado, a padroeira da Catalunha.
Montserrat |
Hoje abriga uma comunidade de 80 monges, e peregrinos vêm louvar a La Moreneta (a virgem negra), uma escultura em madeira, datada do século XII de Maria e o Menino Jesus.
Cantábria e Astúrias
Os Picos da Europa foram o destino da minha primeira viajem fora de Portugal!!!Compramos um mapa de estradas de Espanha e decidimos a rota!! Queríamos passar em Burgos e em Santander antes de irmos aos Picos....A paisagem em Espanha é muito bela, mas tudo muito seco ate chegarmos a Burgos
Burgos, é uma das cidades mais visitadas da Província de Castela e Leão, possui a terceira maior catedral de Espanha,considerada por muitos como a mais representativa do estilo gótico.
Daqui seguimos para Santander e ai a paisagem mudou um pouco, deixou de ser predominantemente amarela e começou a ser refrescantemente verde! Santander é uma cidade turística pela sua historia e pelas suas belas praias, aí pudemos apanhar o ferry e escolher as melhores praias ou passear pelas movimentadas ruas da cidade e nao deixar de ver a antiga casa de verão dos Reis de Espanha...
mas o nosso objectivo eram os Picos Da Europa e no dia seguinte arrumamos as tralhas e seguimos viagem pelo litoral...iamos parando pelo caminho deslumbrados pelas vistas e pela beleza destas praias do norte. Numa dessas paragens demos por nós numa praia de Comillas de areia fina e agua surpreendentemente quente!!E foi nesta encantadora vila que visitamos mais uma surpreendente obra de Gaudi: "El Capricho"
"El Capricho" de Gaudi.
Seguimos depois, por entre vales e desfiladeiros de uma beleza impressionante, para o coração do parque natural dos Picos da Europa. Encontramos um camping bem simpático no meio das montanhas e pudemos desfrutar uns dias magníficos rodeados de belas paisagens.
A beleza das paisagens...
Não podemos deixar de visitar Covadonga, um santuário no alto das montanhas....
A famosa ponte em Cangas de Onis
Basilica de Covadonga
Granada - Espanha
Lá íamos nos, mais uma vez na estrada com as mochilas atrás, há descoberta de novos locais onde pudéssemos apreciar a beleza e a arte das coisas...
A viagem parecia interminável...paisagem árida mas bela, estavam uns 40º dentro e fora do carro...a ideia era ir a Serra Nevada e visitar Alhambra, Património da Humanidade desde 1984...no fim valeu bem a pena!!!
Decidimos ir primeiro a serra. O calor abrasador ia lentamente se transformando numa suave brisa à medida que íamos subindo a Serra...depois de deixarmos o carro, subimos a pé pelos íngremes trilhos da Serra até a paisagem alcançada nos deixar sem fôlego!
Quando descemos já eram bem horas de procurar por um camping onde pudéssemos montar a nossa barraquinha e passar umas horas descansadas...Encontramos um mesmo no meio da Serra, num silencio e numa calma bastante apetecível...
No dia seguinte, já com as baterias recarregadas, seguimos ate Alhambra. Por sorte, encontramos um belo local para deixar o carro fora das zonas pagas...Normalmente, já vamos com ideias pré-concebidas do que nos espera...mas para mim foi uma surpresa toda aquela imensidão de Arte! O calor era quase infernal mas a quantidade de fontes e chafariz espalhados por todo o complexo palaciano ajudou-nos a manter frescos durante toda a visita.
Muito bem pensado por nuestros hermanos e de modo a não haver enchentes dentro do complexo, há um limite de visitantes e o bilhete comprado tem hora de entrada marcada para entrada nos Palácios Nazaries, pelo que a visita tem de ser regulada em função desse horário. La Alhambra é composta por 3 áreas: Alcazaba (área militar de onde se podia controlar a região de granada), os Palácios Nazaríes (onde moravam o sultão e a família) e Generalife (onde se encontram os jardins, hortas e pequenos palácios para entretenimento)
Como em todas as viagens que faço e monumentos que visito, tem de haver sempre qualquer coisa em restauro... Desta vez não foi excepção e no Pátio dos Leões, a famosa fonte não estava lá!!!No centro deste Patio há (ou havia) uma fonte sustentada por doze leões, cada um simboliza o Sol e dos quais jorra a vida, simbolizam também as 12 tribos de Israel, os doze signos do Zodíaco e os doze meses. O que nos encontramos foi apenas quatro pequenos cursos de água que partem da fonte e que representam os quatro rios do paraíso!!
Os jardins são magníficos e toda a arquitectura em redor...
Vale bem a pena passar uma tarde a visitar Alhambra!
Terminada a visita descemos ate ao centro de Granada para conhecer um pouco a cidade...como tínhamos o carro tão bem estacionado fomos a pé! O caminho ate ao centro é agradável, passando pelo meio de um parque refrescante antes de chegarmos as estreitas e movimentadas ruas da cidade.
Percorremos ruas muito características e estreitas ate chegarmos à Catedral...e aí foi outra surpresa pela enormidade do monumento!!! Impressionante mesmo... a surpresa foi maior talvez por não haver uma praça a frente da catedral (como na maioria das grandes catedrais!) e porque ao percorrer as ruas tão estreitas nunca imaginamos que iríamos encontrar um monumento destas dimensões...mas foi agradável a surpresa!
El Escorial e Vale dos Caídos
San Lourenço de El Escorial
San Lourenço de El Escorial
Mosteiro de San Lourenço de El Escorial |
A serra era linda e convidava a caminhadas ao ar livre. Na recepção do parque havia percursos e rotas pedestres que decidimos seguir uma: a rota de la Naranjera... depois de andar pelos trilhos no meio de bosques e clareiras começamos a subir ate um local denominado miradouro do Valle de los Caidos...de tirar o fôlego!!
Valle de Los Caidos visto do miradouro |
Voltamos de novo à estrada, descendo a serra até à localidade de San Lorenzo de El Escorial. A vista da serra sobre este mosteiro é fenomenal e dá bem para ter a noção da grandeza do monumento!
Assim que compramos a entrada e iniciamos a visita ao mosteiro…
Apesar da grandeza exterior nos levar a imaginar o interior, as imensas salas com que nos deparamos vão-nos surpreendendo sempre! Impressionantes são os frescos na sala da batalha, a biblioteca, com mais de 40.000 volumes, ou mesmo o panteão de reis, onde repousam quase todos os monarcas espanhóis desde Carlos I.
Não sei em quanto tempo demoramos a percorrer todo o complexo, mas a sucessão de salas parecia não ter fim. Quando finalmente saímos decidimos procurar os jardins, a entrada faz-se por um dos lados do mosteiro, junto ao lago e é gratuita.
O mosteiro foi construído a pedido de Filipe II para ser utilizado como panteão real e, ao mesmo tempo, para comemorar a vitória contra as tropas francesas e em 1984 foi declarado Património da Humanidade pela UNESCO. Posteriormente demos uma voltinha pela simpática vila e decidimos procurar um local para almoçar, seguindo depois em direcção ao Vale dos Caídos.
Valle de Los Caidos
Valle de Los Caidos
A poucos quilómetros de Madrid e a apenas 14 km de San Lorenzo de El Escorial está situado o Valle de los Caídos, um monumento construído por ordem do general e ditador Franco. A sua construção demorou 18 anos e foi erigido para ser o panteão dos soldados franquistas "caídos" (ou seja, mortos em combate) durante a Guerra Civil Espanhola. Apesar de não ser uma vítima desta guerra, o próprio Francisco Franco, está enterrado neste vale.
Interior da basílica |
Pormenor do tecto da basílica |
O monumento inclui uma cruz de 150m, por baixo da qual se encontra uma enorme basílica escavada na rocha, onde estão sepultados os 33 872 combatentes de ambos os lados que se enfrentaram na citada guerra.
No mesmo complexo há também uma abadia beneditina.
Abadia beneditina |
Segundo os espanhóis este memorial é visto de duas maneiras muito diferentes:
ÁVILA
Ávila é uma bela cidade medieval localizada a pouco mais de 100 km de Madrid A cidade está rodeada por muralhas medievais ainda intactas e que, desde 1985, são Património Mundial da UNESCO.
As muralhas do século XI têm mais de 2000 metros de extensão e são pontuadas por 88 torres cilíndricas...
É possível subir às muralhas em vários pontos da cidade, mas tem de se comprar bilhete numa das barraquinhas estrategicamente situadas a frente das escadas da muralha!!!
A própria muralha faz parte de uma das paredes exteriores da Catedral de Ávila, que esta rodeada por vários palacetes senhoriais.
Catedral de Ávila vista das muralhas. |